quarta-feira, 11 de setembro de 2019

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Olha, tá tudo bem...
As últimas semanas podem ter sido complicadas, e os últimos meses te fazem sentir num filme tragicômico de bilheteria fraca e com o final pouco conclusivo. Mas é isso mesmo.

Você pode estar andando em círculos tentando entender o porquê de certas coisas e o 'por que não?' de outras. Você pode estar frustrado, decepcionado, irritado, ansioso, assustado e desanimado. Tudo ao mesmo tempo. Mas tá tudo bem, também.

Você pode estar vendo o tempo passar mais rápido do que costumava ser e se perguntando em que lugar do passado ficou escondida aquela criança confiante que, mesmo sem chaminé em casa, tinha certeza que o Papai Noel viria. 

Muita coisa pode ter acontecido, e tá tudo bem você se atrapalhar. Você não está sozinho, e tá todo mundo na mesma corda bamba da vida aprendendo a andar em equilíbrio. Todo mundo perdido, caindo na rede, subindo a escada e tentando de novo. Errando quantas vezes forem necessárias até a hora de acertar.

Mas o seu acerto está na capacidade de suportar as baixas da vida e continuar seguindo. Está em compreender que, apesar das quedas, das lágrimas e das hesitações você não deixa de acreditar e de esperar que o hoje vai ser melhor do que o ontem, e que o amanhã te aguarda com ainda mais intensidade. O seu acerto está em não se esquecer dos momentos de alegria e diversão que te dão forças pra suportar os dias de solidão. Está em entender que a vida é essa gangorra e que às vezes vai ser um fracasso, sim, mas às vezes vai ser incrível. 

E o melhor de tudo é que, independente de como seja, vai passar... Como todo o resto que passou para que o hoje chegasse. E talvez amanhã você não lembre do que te fez chorar ontem; ou lembre e chore por meses. Talvez amanhã o que te fez gargalhar hoje perca a graça, ou talvez você dê risada por anos.

Talvez amanhã seja um dos melhores dia da sua vida, ou talvez seja um dos piores. 
Talvez amanhã você não esteja aqui; talvez eu não esteja. E tá tudo bem, também.

Por que a vida não é contada pelas lágrimas que a gente derramou, ou pelas gargalhadas que a gente deu. A vida é a soma das vezes em que a gente seguiu em frente, apesar da dor ou da alegria, e não desistiu de continuar.

Por isso chore, ou sorria. 
Todas as vezes que precisar.
Mas não deixe de seguir ♥



terça-feira, 23 de julho de 2019

Sei lá, cara...


Sei lá, cara.
Ela tem esse sorriso de quem já tem tudo resolvido, tudo esclarecido e não tem problema em dividir o segredo com quem tiver disposto a conhecer.
Ela tem uma resposta pronta pra cada uma das minhas perguntas, como se antecipasse a minha mente; como se o nosso agora acontecesse em tempos diferentes.

Sei lá, cara.
Ela tem essa sede de viver, de descobrir coisas novas e abrigar o mundo inteiro naquele abraço que só ela sabe dar.
Ela decidiu esquecer de quando disseram pra ela que amor era coisa de gente ingênua. Quando disseram que ela devia pensar só nela pra não quebrar a cara depois.
Ela quebrou, cara. E ela não tá nem aí. “Não é minha culpa o vazio da alma dos outros”, ela diz.
E segue amando, segue acreditando. Segue com essa alma cheia, entupida de gente que já não sabe mais viver sem ela. Ela continua achando, cara, que uma hora a sorte vira. Mal sabe ela que a sorte é ela, e que em cada canto que ela passa o ar fica mais doce e mais leve, só por esse amor que ela exala por aí. Quem não conhece acha que é perfume, mas eu sei que é ela.

Pode ser bobagem minha, cara, mas ela me faz querer ser melhor pra acompanhar ela.
E mesmo que ela não cobre nada, que ela não exija nada, eu sinto que a vida ia ser bem mais bonita se eu fosse um pouco ela e, sei lá, cara, um pouco dela.
Eu vejo a paz que ela carrega por ser ela. Eu sei que ela não é de pedir permissão pra nada, mas que ela só faz o que o coração manda e o coração dela não erra.

Pode até ser que os outros não vejam o que eu vejo, mas eu não conheci ninguém como ela.
E eu não sei se o mundo tá preparado pra ela, cara. Mas, sei lá; eu tô.
E não importa de que jeito for, eu só quero ficar do lado dela. Aprender sobre ela, respirar um pouco ela e tentar viver do jeito dela.

Se eu não conseguir nada disso, eu só quero ser quem não vai permitir que ela deixe de ser ela.

Sei lá, cara, eu só acho que ela tem um sol no olhar.
E eu não sei mais como é viver na escuridão de quando ela não olhava pra mim.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A questão

Hoje eu tenho uma pergunta de imensa importância e que exige uma resposta honesta:

"Se você pudesse mudar qualquer coisa em sua vida para ser mais feliz, o que seria?"

Dada a complexidade dessa pergunta, e para que você tenha tempo de refletir e tomar uma decisão correta, quero antes fazer algumas observações para te auxiliar na resposta...

- Se você estiver desejando, em seu íntimo, mais dinheiro do que a vida te proporciona, na esperança de ser esse o segredo da felicidade, apenas observe que há pessoas próximas a você que vivem com o básico e encontraram a felicidade no pouco que lhes sobra. Veja também que com o dinheiro vem a responsabilidade de saber usá-lo, e a dúvida sobre nosso real valor e sobre o que é verdadeiro em nossa vida. Viver com o fardo de não ser reconhecido por quem é, e apenas pelo que possui, é uma tristeza que poucas pessoas conseguem suportar, e eu lamento profundamente pelas que precisam.

- Se você estiver desejando, em seu íntimo, um emprego melhor para que se sinta mais feliz e motivado, recorde-se que há muitas pessoas próximas (ou nem tão próximas) que gostariam de estar na mesma posição que você e que seriam imensamente gratas por uma simples oportunidade de mostrarem o seu valor. Outros, impossibilitados de correrem atrás dos seus sonhos e arrependidos por terem jogado fora suas vidas, apenas sonham com a possibilidade de reescreverem sua história. Lembre-se sempre que qualquer reconhecimento requer dedicação. Há diversas pessoas bem-sucedidas no mundo dos negócios que precisaram abdicar de suas próprias vidas, seus amores, seu tempo livre e sua juventude para alcançarem o mérito do sucesso. Talvez essas mesmas pessoas estejam desejando agora um emprego como o seu e uma vida como a sua.

- Se você estiver desejando, em seu íntimo, ser mais bonito para  se sentir melhor consigo mesmo, perceba que há quem te enxergue e te admire pela beleza que possui, pelo seu sorriso sincero e pelo seu olhar único. Compreenda que quem muito tenta se parecer com alguém deixa de pertencer a si mesmo e perde seu próprio brilho. Lembre-se também que, mesmo que a beleza abra muitas portas, ela é um fardo difícil de se carregar... Quem apenas cultivou o físico julgando ser esse o segredo da felicidade, fica vulnerável à extrema infelicidade caso venha a perdê-lo, seja por uma tragédia, seja pela passagem do tempo. A vida te moldou da exata maneira necessária para que você seja único no Universo. A sua beleza está no simples fato de ninguém ser capaz de ser quem você é, fazer o que você faz e viver como você vive. É o que você faz com a sua vida, e não com o seu corpo, que lhe torna lindo.

- Se você estiver desejando, em seu íntimo, uma saúde melhor, alegando que é ela que lhe tira a felicidade, lembre-se que apenas quem vence as próprias dificuldades é digno de se considerar um vencedor. Nem todos os dias serão fáceis, mas cada um deles será uma vitória. Recorde-se que há casos parecidos com o seu, ou mesmo mais graves que o seu, de pessoas que são exemplo de vida e de alegria; e compreenda que o estado em que você se encontra não determina a sua vida, e sim como você se coloca diante dos problemas que lhe aparecem.

- Se você estiver desejando, por fim, ser mais feliz de uma forma geral, pare e pense se realmente há motivos para não o ser. Tente compreender quem, ou o quê, te impede de ser a pessoa que você gostaria de ser. E então, quando não encontrar ninguém além de você mesmo, perceba que a vida te dá todas as ferramentas para que você possa encontrar uma felicidade única e exclusiva, feita sob encomenda pra você. Não na medida do outro, e não uma felicidade parecida com a de alguém que você conhece... A SUA felicidade, do jeito, forma e intensidade que você merece e precisa.

E depois dessa reflexão, voltamos à pergunta:

"Se você pudesse mudar qualquer coisa em sua vida para ser mais feliz, o que seria?"

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Se você quer um conselho sobre relacionamentos, eu te dou este:

Vez ou outra meus amigos me procuram pra desabafar a respeito das suas dificuldades nos relacionamentos.
Términos, decepções, desânimos e todo o tipo de ocorrência que todo mundo já passou em algum momento da vida.
E mesmo que eles não esperem – e não façam a mínima questão – que eu lhes aconselhe a algo, em quase 100% das vezes eu faço o mesmo discurso: “descubra quem você é, para depois descobrir o que você busca”.

O grande erro que cometemos em nossas vidas, e o erro que causa a maior parte das frustrações nos relacionamentos, se dá pelo fato de não termos descoberto ainda quem somos. Nós abrimos mão de sonhos - que sequer sabemos que temos – em prol dos sonhos do outro. Nós frequentamos locais que não nos agradam, para agradar o outro. Nós fazemos coisas e convivemos com pessoas com quem não nos identificamos, e abrimos mão da nossa própria identidade pelo outro. Nós nos traímos. E aí, cedo ou tarde, a conta chega. Você deixa de ser a pessoa por quem o outro se apaixonou, e se torna a cópia de algo que nem você reconhece, abandonando a versão original de você mesmo.

... Você perde o brilho.

Existe um ditado que diz que para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve. O mesmo ocorre nos relacionamentos... Quando você não se conhece a ponto de aceitar abrir mão de você mesmo pelo outro, qualquer relacionamento serve. E pode ser bom por um tempo... Pode ter carinho, boas histórias e momentos lindos. Mas não é você que as está vivendo, e sim aquela cópia de você que quer ser o que o outro espera. Mas, bem ou mal, um dia, isso acaba. E acaba porque o outro sente que algo não está certo, ou porque você descobre que aquilo não te faz feliz. Na melhor das hipóteses, vocês dois, juntos, percebem que não têm o que é necessário pra enfrentar todos os desafios que a vida irá colocar em seus caminhos daqui pra frente. Vocês descobrem que não estão indo para o mesmo lugar.

... Todo mundo sofre.

E aí, cada um no seu canto começa a resgatar aquele resquício de vida que tinha deixado de lado há muito tempo. E percebe que, por mais que ainda existam sentimentos e que a saudade aperte no final do dia, algumas coisas estavam erradas. Vocês até amaram do jeito certo, mas se relacionaram do jeito errado. E você se pergunta, em algum momento, se foi feito para a vida a dois e se, de agora em diante, saberá se relacionar “do jeito certo”.

O problema é que cada um abraça uma teoria sobre o que é necessário para um relacionamento feliz e não percebe que, se todos somos diferentes, por que nossos relacionamentos seriam iguais? Por que existir uma receita do sucesso a dois, se cada um tem a sua própria fórmula pra viver?
O segredo, então, não é buscar um relacionamento bem-sucedido. O segredo é buscar o sucesso dentro de nós mesmos, e aí encontrarmos alguém que, tendo feito o mesmo, se encaixa perfeitamente no nosso futuro.

Sem frustração,
Sem sofrimento,

Apenas com honestidade e respeito. Honestidade consigo e com o outro, para ser aquilo que você realmente é, e respeito para compreender e aceitar o outro como ele se mostra – e não como você quer.

E - somente - quando isso ocorrer, você terá compreendido que o seu parceiro não é o seu guia, não é sua propriedade, não é seu servente e nem o que te mantém vivo. Ele é um companheiro de caminhada, que torna a sua jornada mais completa, pois te ajuda a desenhar o futuro que vocês dois sonharam, antes mesmo de se conhecerem.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Das conquistas reais

Chega uma fase na vida de todas as pessoas – por favor, digam que não é só comigo – em que a gente se questiona o que, de fato, conquistou até então.
E não conta o carro, a casa, o emprego, a planta que tá linda e intacta desde 2010, a quantidade de likes por foto no Instagram, o número de mensagens que você recebe no aniversário, o cachorro que você ensinou a fazer xixi no jornal, etc.

Eu falo das conquistas reais.

Não que essas coisas não sejam conquistas. Em algum nível elas até que são.
Mas elas não transformam pessoas, não iluminam ambientes, não aquecem o coração de quem está ao nosso redor. Elas, simplesmente, não fazem a diferença no mundo.
E elas podem valer para quem não quer fazer a diferença e quer só viver, a cada dia, com suas conquistas pessoais. 
Mas eu não quero. E se você está lendo isso, imagino que também não queira.

E se você continua lendo isso, imagino que queira ser um abraço de conforto num momento de dor; uma luz de esperança num momento de desespero... ou só uma piada bem contada na hora da tristeza.
Mais do que isso, imagino que você queira ser você mesmo e, ainda assim, ser lembrado por isso. Ser admirado por isso. Ser amado, só por ser quem você é.
... Não pelo que você faz,
... Não pelo que você tem,
E, definitivamente, não pelo esforço que você empenha em mostrar que é alguém melhor do que realmente se considera.

E quando chega esse momento na vida em que a gente se questiona, significa que algo deu muito errado, ou algo deu muito certo.
Quais foram os valores que você abraçou? Quem são as pessoas de quem você nunca abriu mão? E quem nunca abriu mão de você?

Talvez você não tenha as respostas, e talvez elas não sejam o que você espera.
Mas você chegou até aqui e, no mínimo, aprendeu as lições que precisava para ouvir a si mesmo e se tornar alguém que valha a pena ser admirado. Alguém que valha a pena ser lembrado... Alguém que faça a diferença no mundo, nem que seja o mundo de uma pessoa, apenas. Pois cada um é um universo, e cada coração que conquistamos de forma despretensiosa, vale uma vida inteira de tentativa e erro.

Questione-se o suficiente para ser alguém cada vez melhor, mas não o bastante para desacreditar no seu valor diante da vida.

Pois você chegou até aqui, e isso só significa que muito mais está por vir!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Tempo ao tempo

O mundo virou uma questão de tempo.
Entre a corrida e a caminhada, a diferença está na largura do passo.

A cada hora envelhecemos um dia. Tudo é programado, agendado e planejado. Primeiros beijos são dados com hora marcada, e até paixão tem um momento exato pra acontecer. Casar aos 30, ter filhos aos 35 e ficar rico aos 40.
Não nos resta tempo pra nada, e tudo tem seu tempo exato.

Somos uma geração favorecida pela praticidade. Somos a "geração da evolução"!
Somente esquecemos de evoluir...

Esquecemos de andar pelas ruas olhando para os lados. Esquecemos de colecionar conchas. Esquecemos de desenhar carinhas felizes no omelete.
Atravessamos o mundo em um clique, mas somos incapazes de atravessar a rua pra ajudarmos um "alguém" caído.

Entramos no piloto automático, nessa onda sem sentido de vivermos numa corrida.
Mas não percebemos que o maior problema da grande corrida da vida é que não existe ponto de chegada. Só cruzamentos. 
Só você, decidindo aos 45min do segundo tempo o que realmente é, o que realmente quer e até onde isso vai te levar. 
Não existe vencedor; mas há muito em jogo...

É preciso crescer, aprender e compreender que a natureza dita a vida. Que o engatinhar leva ao caminhar e que o tempo sempre anda na mesma velocidade. Que o sol nasce e se põe no mesmo horário. Que os meses e as estações sempre chegarão. Que a paciência é o segredo daqueles que vivem por muito tempo.
É preciso estar atento ao seu próprio tempo. E perder um pouco de tempo, também, para ganhá-lo.

Dê uma pausa; respire um pouco e vislumbre a paisagem.
Você não veio à passeio, mas está exatamente onde deveria...

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Lupa

Ela olhou ao redor.
Os mesmos sorrisos, os mesmos olhares e o mesmo papel de parede descolando nas bordas da sala.
Nada havia mudado. Mas ela sim.

Ela mudou, completamente. Não sabia se pra melhor, ou pra pior. Mas estava feliz por ter mudado.
Ela se encontrou, encontrou sua própria vida, seu próprio estilo. Mudou o cabelo; o suficiente para chamar de mudança, mas nada radical a ponto de parecer diferente.
Frequentou novos lugares, experimentou novas bebidas e vestiu uma saia justa. Só para saber como se sentia. Se sentiu bem.

Pela primeira vez entendia o que significava se sentir bem.
Descobriu que não precisava ter tudo aquilo que via de bonito nos outros. Ela tinha o próprio jeito de ser bonita.
E, aos poucos, todos foram percebendo isso também.

Ela se tornou aquele tipo de pessoa interessante, que não entende sobre todos os assuntos, mas se interessa pelo que você estiver falando.

Ela sorriu com vontade, beijou com ousadia e abraçou com afeto.
Ela conheceu gente, desbravou lugares e foi encontrando o seu lugar naquele espaço, antes misterioso, chamado mundo.

E percebeu o que todos já sabiam...
Tudo havia mudado. Mas ela não.


Ela só precisava aprender a olhar com mais atenção.